sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Fumo. Queime esta idéia!

Um dos produtos de consumo mais vendidos no mundo, o cigarro comanda legiões de compradores leais e tem um mercado ainda muito grande, apesar das inúmeras campanhas antitabagismo, da proibição da propaganda sobre cigarros e tantas outras ações. Para entender este fenômeno, vamos entender como o cigarro age.A nicotina, principal ativo presente no cigarro, é um líquido amarelado e oleoso, responsável basicamente por duas coisas: dependência e vasoconstrição. Um fumante que dá 10 tragadas por cigarro e fuma um maço por dia, recebe 200 impactos de nicotina por dia em seu cérebro, ou 73.000 impactos por ano. Nenhuma outra droga (cocaína, heroína, maconha) e nenhuma outra prática compulsiva (bingo, jogo do bicho, corridas de cavalos) têm tamanha freqüência de ação sobre os neurônios.
Ao primeiro contato, as reações são ruins: tonteiras, tosse, enjôos, vômitos e batimento lento do coração. São reações típicas de uma intoxicação. Quem insiste em fumar, passa então para outra fase, chamada de tolerância. É quando o organismo começa a se adaptar àquele tóxico e começa a não mais sentir os "efeitos ruins". É a partir desta fase, que se instala a dependência física e psíquica. Isto ocorre muito mais rapidamente do que se pode imaginar. Para muitas pessoas, poucos dias ou semanas podem ser suficientes para torná-las dependentes.
Se você tem uma necessidade compulsiva por cigarro e não consegue parar ou ficar algumas horas sem fumar, é provável que esteja dependente da nicotina. A dependência psicológica do cigarro refere-se ao sentido ou à função que ele tem. A forma mais comum de dependência psicológica é o uso do cigarro para lidar com situações de estresse, como uma fonte de alívio. Outras pessoas usam o cigarro como uma forma de lidar com a solidão; em um sentido muito real, o cigarro se torna um amigo. Outros fumam mais quando estão contentes ou se divertindo. O cigarro parece estender o prazer.
Além da nicotina, existem setecentos outros aditivos químicos entrem os ingredientes utilizados na fabricação de cigarros, mas a lei permite que os fabricantes guardem a lista em segredo. No entanto, constam entre os ingredientes metais pesados, pesticidas e inseticidas. O cigarro possui umas 4.700 substâncias, entre as quais acetona, arsênico, butano, monóxido de carbono e cianido. Os pulmões dos fumantes e de quem está perto ficam expostos a pelo menos 43 substâncias comprovadamente cancerígenas.
 Como são muitas substâncias tóxicas, o que não faltam são efeitos nocivos. O mais grave é que a absorção se dá pelos alvéolos pulmonares, ou seja, as substâncias caem diretamente na corrente sanguínea. Onde quer que o sangue passe, lá estarão elas também. Portanto, podem atingir desde os olhos, provocando a cegueira por catarata ou por alteração da retina, até a bexiga, provocando câncer.
A nicotina tem a propriedade de diminuir o calibre das veias e artérias, a vasoconstrição, que também ocorrerá de forma universal, causando alterações do funcionamento dos mais variados tipos: Osteoporose; Impotência; Acidente Vascular Cerebral (AVC), o "derrame”; Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); Enfisema Pulmonar e a Bronquite Crônica.
Mais de 300 pessoas morrem por dia no Brasil em conseqüência do hábito de fumar. Pesquisa realizada recentemente pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer (INCA), indica que 18,8% da população brasileira é fumante (22,7% dos homens e 16% das mulheres). A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, se nada for feito, em 2020 o vício do cigarro levará mais de 10 milhões de pessoas à morte, por ano em todo o mundo.
        Com todos esses males que o fumo pode causar, surgem pelo mundo todo, campanhas contra o cigarro e o tabaco. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) é o órgão do Ministério da Saúde responsável por coordenar e executar o Programa de Controle do Tabagismo no Brasil, que estimula a adoção de comportamentos e estilos de vida saudáveis e que contribuam para a redução da incidência e mortalidade por câncer e doenças tabaco-relacionadas no país. Este programa ganha mais força no Dia Mundial sem Tabaco, 29 de agosto.
      No dia 7 de maio de 2009, São Paulo deu um importante passo em defesa da saúde pública. Com a entrada em vigor da nova Legislação Antifumo, fica proibido fumar em ambientes fechados de uso coletivo como bares, restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais. Mesmo os fumódromos em ambientes de trabalho e restaurantes ficam proibidos. A nova legislação estabelece ambientes 100% livres do tabaco. Aos poucos outros estados brasileiros, também estabeleceram a Lei Antifumo em locais públicos. Este passo é importantíssimo, ao menos para estimular a diminuição da contaminação do ar, diminuindo assim os riscos para quem não fuma.

Apesar de todas as campanhas para o combate ao tabagismo, não é fácil largar o vício. As primeira barreira encontrada é o próprio usuário, que já tentou de diversas maneiras para de fumar e não conseguiu. O principal ponto a se entender é que existe duas formas para conseguir parar de fumar: a parada imediata e a parada gradual. Se você é fumante, deve escolher a melhor opção e seguí-la até o fim. Aproveitar para ter uma vida mais saudável, se alimentar melhor (já que seu paladar vai estar mais apurado), fazer exercícios físicos são ótimas opções para ajudar. Os primeiros dias sem cigarro serão os mais difícieis e os mais importantes. Podem aparecer dores de cabeça, irritação, dificulade de concentrração, sintomas que desaparecerão depois de no máximo duas semanas. Evitar o primeiro cigarro, evitará todos os outros. Se mesmo assim, voltar a fumar, não desanime! O maior passo foi dado: a negação ao cigarro. Se dê uma nova chance e tente de novo!
É  importante conhecer os males que o cigarro causa para entender o por quê se deve combater o fumo. Saber o que os ingredientes do cigarro fazem com o seu corpo é o ponto principal e a diferença entre quem quer viver bem e quem não quer. É importante pedir ajuda e seguir todos os passos para uma vida melhor e mais saudável. Se você é fumante e deseja parar ligue para 0800-611997. O Ministério da Saúde pode lhe ajudar.
                                             
Dra. Daisy André CRF 2567

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