Um
dos produtos de consumo mais vendidos no mundo, o cigarro comanda
legiões de compradores leais e tem um mercado ainda muito grande, apesar
das inúmeras campanhas antitabagismo, da proibição da propaganda sobre
cigarros e tantas outras ações. Para entender este fenômeno, vamos
entender como o cigarro age.A nicotina, principal ativo presente no cigarro, é um líquido amarelado e oleoso, responsável basicamente por duas coisas: dependência e vasoconstrição.
Um fumante que dá 10 tragadas por cigarro e fuma um maço por dia,
recebe 200 impactos de nicotina por dia em seu cérebro, ou 73.000
impactos por ano. Nenhuma outra droga (cocaína, heroína, maconha) e
nenhuma outra prática compulsiva (bingo, jogo do bicho, corridas de
cavalos) têm tamanha freqüência de ação sobre os neurônios.
Ao
primeiro contato, as reações são ruins: tonteiras, tosse, enjôos,
vômitos e batimento lento do coração. São reações típicas de uma intoxicação. Quem insiste em fumar, passa então para outra fase, chamada de tolerância.
É quando o organismo começa a se adaptar àquele tóxico e começa a não
mais sentir os "efeitos ruins". É a partir desta fase, que se instala a dependência física
e psíquica. Isto ocorre muito mais rapidamente do que se pode imaginar.
Para muitas pessoas, poucos dias ou semanas podem ser suficientes para
torná-las dependentes.
Se
você tem uma necessidade compulsiva por cigarro e não consegue parar ou
ficar algumas horas sem fumar, é provável que esteja dependente da
nicotina. A dependência psicológica do cigarro refere-se ao sentido ou à
função que ele tem. A forma mais comum de dependência psicológica é o
uso do cigarro para lidar com situações de estresse, como uma fonte de
alívio. Outras pessoas usam o cigarro como uma forma de lidar com a
solidão; em um sentido muito real, o cigarro se torna um amigo. Outros fumam mais quando estão contentes ou se divertindo. O cigarro parece estender o prazer.
Além
da nicotina, existem setecentos outros aditivos químicos entrem os
ingredientes utilizados na fabricação de cigarros, mas a lei permite que
os fabricantes guardem a lista em segredo. No entanto, constam entre os
ingredientes metais pesados, pesticidas e inseticidas. O cigarro possui
umas 4.700 substâncias, entre as quais acetona, arsênico,
butano, monóxido de carbono e cianido. Os pulmões dos fumantes e de quem
está perto ficam expostos a pelo menos 43 substâncias comprovadamente
cancerígenas.
Como
são muitas substâncias tóxicas, o que não faltam são efeitos nocivos. O
mais grave é que a absorção se dá pelos alvéolos pulmonares, ou seja,
as substâncias caem diretamente na corrente sanguínea. Onde quer que o sangue passe, lá estarão elas também. Portanto, podem atingir desde os olhos, provocando a cegueira por catarata ou por alteração da retina, até a bexiga, provocando câncer.
A nicotina tem a propriedade de diminuir o calibre das veias e artérias, a vasoconstrição, que também ocorrerá de forma universal, causando alterações do funcionamento dos mais variados tipos: Osteoporose; Impotência; Acidente Vascular Cerebral (AVC), o "derrame”; Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); Enfisema Pulmonar e a Bronquite Crônica.
Mais de 300 pessoas morrem por dia no Brasil em conseqüência do hábito de fumar. Pesquisa
realizada recentemente pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto
Nacional de Câncer (INCA), indica que 18,8% da população brasileira é
fumante (22,7% dos homens e 16% das mulheres). A Organização Mundial de Saúde
(OMS) prevê que, se nada for feito, em 2020 o vício do cigarro levará
mais de 10 milhões de pessoas à morte, por ano em todo o mundo.
Com todos esses males que o fumo pode causar, surgem pelo mundo todo, campanhas contra o cigarro e o tabaco. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) é o órgão do Ministério da Saúde responsável por coordenar e executar o Programa de Controle do Tabagismo no Brasil, que
estimula a adoção de comportamentos e estilos de vida saudáveis e que
contribuam para a redução da incidência e mortalidade por câncer e
doenças tabaco-relacionadas no país. Este programa ganha mais força no Dia Mundial sem Tabaco, 29 de agosto.
No dia 7 de maio de 2009, São Paulo deu um importante passo em defesa da saúde pública. Com a entrada em vigor da nova Legislação Antifumo,
fica proibido fumar em ambientes fechados de uso coletivo como bares,
restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais. Mesmo
os fumódromos em ambientes de trabalho e restaurantes ficam proibidos. A
nova legislação estabelece ambientes 100% livres do tabaco. Aos poucos
outros estados brasileiros, também estabeleceram a Lei Antifumo em
locais públicos. Este passo é importantíssimo, ao menos para estimular a
diminuição da contaminação do ar, diminuindo assim os riscos para quem
não fuma.
Apesar
de todas as campanhas para o combate ao tabagismo, não é fácil largar o
vício. As primeira barreira encontrada é o próprio usuário, que já
tentou de diversas maneiras para de fumar e não conseguiu. O principal
ponto a se entender é que existe duas formas para conseguir parar de
fumar: a parada imediata e a parada gradual. Se você é fumante, deve
escolher a melhor opção e seguí-la até o fim. Aproveitar para ter uma
vida mais saudável, se alimentar melhor (já que seu paladar vai estar
mais apurado), fazer exercícios físicos são ótimas opções para ajudar.
Os primeiros dias sem cigarro serão os mais difícieis e os mais
importantes. Podem aparecer dores de cabeça, irritação, dificulade de
concentrração, sintomas que desaparecerão depois de no máximo duas
semanas. Evitar o primeiro cigarro, evitará todos os outros. Se mesmo
assim, voltar a fumar, não desanime! O maior passo foi dado: a negação ao cigarro. Se dê uma nova chance e tente de novo!
É
importante conhecer os males que o cigarro causa para entender o por
quê se deve combater o fumo. Saber o que os ingredientes do cigarro
fazem com o seu corpo é o ponto principal e a diferença entre quem quer
viver bem e quem não quer. É importante pedir ajuda e seguir todos os
passos para uma vida melhor e mais saudável. Se você é fumante e deseja
parar ligue para 0800-611997. O Ministério da Saúde pode lhe ajudar.
Dra. Daisy André CRF 2567
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